27/03/2014

Imprevisível

O imprevisível que é como dizer que não se prevê,  que não se vê, disso não há dúvidas.
O imprevisível também pode ser bom ou mau, toda a gente concorda.
Falando do  imprevisto mau:
Ficamos devastados quando alguma coisa, de repente e vinda sabe-se lá de onde, cai como uma bomba atómica, explodindo e distribuindo estilhaços por toda a parte, um relâmpago que nos deixa cegos sem nada conseguir ver! Mas se soubessemos o que ia acontecer, poderiamos ir para uma zona abrigada que nos protegesse quando houvesse um bombardeamento, passava a ser uma batalha anunciada. Se soubessemos podiamos munir-nos de armamento para retoquir. Se soubessemos podiamos usar aquela expressão: "Aí vem bomba!" com toda a certeza que ela viria. Se soubessemos podiamos ter a esperança que ela falhasse o alvo. Se soubessemos afastavamo-nos da sua trajetória, se fosse uma daquelas bombas teleguiadas, ou com alguma sorte conseguiriamos desarmá-la tal qual o Macgyver.  Se soubessemos, pelo menos iamos ter tempo para não estar por perto no momento da explosão.
Só que, não sabemos! E por isto o imprevisto mau é uma bomba espalhando objetos perfurantes, de maior ou menor tamanho provocando maior  ou menor dano e ponto final.
Agora o imprevisto bom:
Ficamos maravilhados quando, de repente e vindo sabe-se lá porquê, um objeto não identificado paira por cima de nós e começa a vaporizar e a deixar cair levemente porções equilibradas de coisas boas, que por sua vez nos abrem  um, dois.. ou infinitos sorrisos, e nos iluminam cada vez mais e permitindo-nos observar uma paisagem magnifica. E se soubessemos o que ia acontecer neste caso?Se soubessemos iamos consultar todo o tráfego aéreo para saber onde poderia passar esse objeto não identificado. Se soubessemos iamos esperar a hora da vaporização, procurando o melhor local para a receber. Se soubessemos, iamos dizer claramente e sem dúvidas :"Estou feliz!". Se soubessemos corriamos atrás desse momento não o deixando escapar. Mas não sabemos, e o imprevisto bom é algo que vem e desaparece, não tem rota nem horário marcado, e que por sua vez traz um bálsamo reparador e calmante.
Desconhecemos o momento em que tanto um como outro irão acontecer e esse é o preço a pagar para que tenhamos agradáveis surpresas.
Quando qualquer um deles surgir não há mais que fazer do que "levar" com ele e esperar que não volte igual.
O mau, se vier, que seja de potencia inferior porque não queremos passar a ser um um queijo suiço cheio de pequenas cavidades provocadas por estilhaços de bombas.
O bom, bem o bom pode voltar, mas sempre numa versão diferente ou melhorada, porque às tantas se for sempre o mesmo creme ele deixa de fazer efeito.
Isto fez-me lembrar : "- E se de repente alguém lhe oferece flores?!"



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