16/08/2011

as sombras da noite

À noite na ausência de luz, existem sombras?
Talvez sim ou talvez não.
Não me importa, nem sei porque faço estas perguntas.
Não há noite sem dia, não há escuridão se não houver também luz.Contrastes, opostos, antónimos.
Acho que é mais um "pré-texto" para elogiar a Noite. Acho não! Tenho a certeza!
Vou homenagear a noite e aquelas noites em que ouvimos o silêncio... e é isso... ouvimos!
Noites em que sons à partida insignificantes podem marcar a diferença e escrever na nossa memória momentos inesquecíveis.
Noites temperadas, amenas e de brisas suaves quase impercetíveis mas que as tornam mais agradáveis.
Noites em que a lua está cheia, mesmo que escondida atrás das nuvens, e espalha claridade...por aqui e por ali.
Noites em que de forma indefinida distinguimos uma presença verdadeira.
Noites em que nos é permitido reconhecer os odores tão próprios daquele lugar, daquela hora, daquele alguém.
Noites em que os sabores permanecem inalterados e prolongam prazeres delicados.
Noites em que espelhos serenos refletem aquilo que existe e duplicam o olhar...
Noites em que pensamos estar invisíveis mas somos encontrados.
Noites sonhadas e as noites inesperadas.
Agradeço à noite por me deixar sentir este sentimento poéticamente tão contrário... e em que inevitavelmente vai habitar a saudade porque aconteceu...porque acontece.
A verdade irrelevante é que afinal também agradeço a todas as outras noites que não tendo estes adjectivos, revelaram, revelam e revelarão emoções.
A noite não é só um espaço de tempo, é tudo o que a ela está infinitamente ligado,
incluindo também as tais sombras da noite... que nos aconchegam mesmo quando não existe luz!
Hoje destaco e resguardo aquela noite...e sei que também ela o fará por mim!